domingo, 1 de novembro de 2009

Candido Portinari

Candido Portinari nasce numa fazenda de café, em Brodowski, São Paulo, no dia 29 de dezembro de 1903. Seus pais foram os imigrantes italianos Batista Portinari e Domênica Torquato, que tiveram 12 filhos. Em 1909, o menino começa a desenhar.
No ano de 1912, participa, durante vários meses, dos trabalhos de restauração da Igreja de Brodowski, ajudando os pintores italianos a "Dipingere Le Stelle". Mais tarde, auxilia um escultor frentista.
A partir de uma carteira de cigarros, Portinari faz a lápis um retrato do músico Carlos Gomes em 1914. A família guarda o desenho.
Viaja para o Rio de Janeiro em 1918. Tem aulas de desenho no Liceu de Artes e Ofícios. Matricula-se na Escola Nacional de Belas Artes, na qual estuda desenho e pintura. Seus professores foram Amoedo, Batista da Costa, Lucílio Albuquerque e Carlos Chambeland.
Faz sua primeira exposição individual, com 25 retratos, por iniciativa da Associação dos Artistas Brasileiros. Parte para a Europa. Viaja pela Itália, Inglaterra, Espanha e se fixa em Paris."Comecei a trabalhar, mas no meu quarto, porque não consegui ainda ateliê dentro de minhas posses. Contudo, não estou triste, porque não estou perdendo tempo: pela manhã vou ao Louvre, à tarde faço estudos. Não pretendo fazer quadros por enquanto. Aprendo mais olhando um Ticiano, um Raphael, do que para o Salão de Outono todo". (Carta ao amigo Olegário Mariano)
Vai diariamente aos museus, descobre a pintura moderna da Escola de Paris, discute sobre arte nos cafés e não tem quase nenhum tempo para pintar. Conhece Maria Martinelli em 1930, jovem uruguaia de 19 anos, radicada com família em Paris e se casa com ela. Sente saudade de Brodowski e escreve para o Brasil... "Daqui fiquei vendo melhor a minha terra - fiquei vendo Brodowski como ela é. Aqui não tenho vontade de fazer nada. Vou pintar o Palaninho, vou pintar aquela gente com aquela roupa e com aquela cor. Quando comecei a pintar., senti que devia fazer a minha gente e cheguei a fazer o “Baile na Roça”... A paisagem onde a gente brincou a primeira vez não sai mais da gente, e eu quando voltar vou ver se consigo fazer a minha terra..."
No ano de 1934, Portinari pinta “Despejados”, obra de temática social. Intelectuais começam a ver em sua figura o verdadeiro representante plástico do modernismo brasileiro. Tem sua tela “O Mestiço” adquirida pela Pinacoteca do Estado de São Paulo, sendo assim, a primeira instituição pública a incluir uma obra de Portinari em seu acervo.
Faz a última viagem à Europa em 1961. Encontra-se com seu filho João Candido em Paris, revê amigos e lugares que há muito lhe emocionavam. Sua saúde mostra-se mais uma vez abalada, devido à doença que o atacara. Juntamente com o amigo Eugenio Luraghi, planeja a exposição para o ano seguinte em Milão. Em julho a galeria Bonino, no Rio de Janeiro, apresenta a última exposição do artista em vida.
Envolvido no trabalho para a exposição de Milão, descuida-se de vez de sua saúde. Morre, no dia 06 de fevereiro de 1962, na Casa de Saúde de São José, no Rio de Janeiro, vítima de intoxicação das tintas que utilizava. Seu corpo é velado no Ministério da Educação, de onde sai o enterro, com grande acompanhamento.


"Quando o esquife de Portinari saiu do Ministério, na manhã do dia 8, em carreta do Corpo de Bombeiros, dos edifícios envidraçados, do pátio do Palácio da Educação, das bancas de jornais, dos cafés em súbito silêncio diante da Marcha Fúnebre e do Hino Nacional, voltaram-se para o cortejo milhares de caras irmãs das que aparecem nos Morros, nos Músicos nos Retirantes de Portinari. Milhares de anônimas criaturas suas disseram adeus ao pintor, miraram uma última vez o claro e sutil feiticeiro que para sempre se aprisionou em losangos de luz e feixes de cor. Como se no espelho apagado da vida do artista ardesse num último lampejo tudo aquilo que refletira durante a vida".


Auto-Retrato

Retirantes - 1944
Óleo sobre tela
Tam: 180x220cm

A Primeira Missa no Brasil - 1948
Têmpera sobre tela

O M orro - 1936
Óleo sobre tela
Tam: 73x60cm


Enterro na Rede - 1944
Óleo sobre tela
Tam: 180x220cm

Despejados - 1934
Óleo sobre tela
Tam: 60x73cm

Mestiço
Óleo sobre tela
Tam: 81x61cm
Até sexta que vem!!! Boa semana a todos.

1 comentários:

Arthur disse...

Tenho orgulho de já ter visto essas maravilhosas telas ao vivo! Portinari é foda!